Vivemos tempos marcados por exigências contínuas de desempenho, disponibilidade e otimismo. Mesmo quando a vida parece “bem encaminhada”, muitos experimentam um cansaço mais profundo — não apenas físico, mas existencial. Um cansaço que não é sinônimo de sofrimento direto, mas que se manifesta como desinteresse, tédio, apatia e a sensação de estar aprisionado em rotinas sem sentido. Descansar da vida – Razões do cansaço e possibilidades de descanso parte desse sintoma contemporâneo para investigar, com rigor e sensibilidade, o que se passa quando a vida, mesmo sem grandes traumas, parece simplesmente pesar. Dividido em quatro movimentos, o ensaio explora, primeiro, as razões desse cansaço da vida: do tempo funcional à alienação corporal, do esgotamento relacional ao acúmulo de memórias. Em seguida, aprofunda o conceito de cansaço, diferenciando-o de termos próximos, analisando sua estrutura simbólica e suas manifestações nas diferentes fases da vida. O terceiro grupo volta-se à ideia de descanso, explorando seu sentido filosófico, espiritual, temporal e social. Por fim, o ensaio propõe formas de descansar da vida que não envolvem evasão ou renúncia, mas reconciliação com o cotidiano, com o corpo e com o tempo — como a contemplação, o silêncio, a simplicidade, o humor, o sono, a arte, entre outros. A visão do autor é clara: este não é um livro de autoajuda, nem um tratado acadêmico. É um exercício de pensamento denso, mas acessível, que convida o leitor a habitar as questões em vez de fugir delas. Um ensaio que oferece pausa sem fuga, repouso sem inércia, descanso como escuta. Pensar, aqui, é também descansar — não para fugir da vida, mas para poder vivê-la com mais leveza, consciência e profundidade.